Com uma pitada de polêmica e outra de
irreverência, Edivan Júnior Pommerening, que é professor universitário e responsável pela área de
compliance (normas) de uma cooperativa de crédito, aborda temas referentes
à competitividade e à sustentabilidade pessoal e empresarial em suas colunas.
E-mail: edivan@portaloestenews.com.br
Em se tratando de investimentos
financeiros:
O
casal deve investir em conjunto ou cada um faz os seus investimentos?
Investir
em produtos de renda fixa ou de renda variável?
Investir
o que sobra depois de gastar ou gastar o que sobra depois de investir?
Qual
o valor ideal da reserva de emergência do casal?
Como montar uma estratégia de
investimentos para alcançar a independência financeira?
Para
responder essas e outras perguntas, a Unoesc Chapecó está oferecendo um curso
muito bacana. É o curso: "Investimentos Inteligentes para Casais - Aprendendo
a investir a dois". Ele é voltado para casais que querem buscar ou
aprimorar seus conhecimentos sobre investimentos financeiros e conquistar a
liberdade financeira.
Durante
16 horas, abordaremos táticas para minimizar os efeitos da inflação e formação
da reserva de emergência do casal, como meio de blindagem às crises econômicas,
a exemplo dessa que estamos vivendo, motivada pela Covid-19. Falaremos, também,
sobre produtos de renda fixa, como a poupança, CDB, CDI, LCI, LCA, entre
outros, bem como de renda variável, como ações, ouro, fundos imobiliários e
outros fundos de investimentos.
Vamos,
juntos, estudar alternativas estratégicas de montagem e gerenciamento de
carteiras de investimentos para quem vive a dois, sempre considerando a
realidade do casal.
As
aulas têm um viés prático, ou seja, ao final, cada casal sairá com sua
estratégia de investimentos montada ou aprimorada e pronta para execução. O
curso será realizado nos dias 08, 09, 22 e 23/05/2020, às sextas à noite e
sábados pela manhã. E o que é melhor: totalmente on-line e ao vivo.
O
casal poderá fazê-lo no conforto de sua casa, pela internet, vendo as aulas,
interagindo com os ministrantes, trocando ideias com outros casais, e montando
sua estratégia de investimentos. Os casais participantes receberão um
certificado de realização do curso.
Para inscrição, acesse o site da
Unoesc ou clique no link a seguir: https://www.unoesc.edu.br/cursos/evento-single/investimentos-inteligentes-para-casais-aprendendo-a-investir-a-dois-2020.
Mais informações também podem ser obtidas com Kelin Dias, pelo telefone (49)
3319-2637 (WhatsApp empresarial) ou pelo e-mail extensao.cco@unoesc.edu.br
Edivan Junior Pommerening e Rodrigo
Fiorese, profissionais e investidores do Mercado Financeiro, irão auxiliar os
casais a encontrar o caminho mais sustentável para se aposentar com a renda dos
seus investimentos.
*Edivan
Junior Pommerening
**Rodrigo Fiorese
Você
se dedica sete dias por semana, trinta dias por mês à sua propriedade. É um
exímio bovinocultor de leite, suinocultor, avicultor, produtor de cereais,
frutas ou hortaliças. Segue as recomendações técnicas e boas práticas de manejo
da cultura. É um apaixonado pelo que faz, e ainda assim tem a sensação de que
sobra pouco ao final do mês ou da safra?
Se
a resposta da pergunta anterior for “Sim”, talvez você não esteja extraindo do
dinheiro todo o seu potencial. A habilidade de lidar com o dinheiro é tão importante
quanto a habilidade de lidar com os animais, as plantas, o clima, os insumos e
as máquinas agrícolas, pois a escassez da primeira pode murchar a rentabilidade
da segunda.
A
renda da propriedade precisa ser convertida em capital líquido, que é a soma de
tudo o que você tem menos o que deve. É esse capital que lhe garantirá a
independência financeira lá na frente, sobretudo na aposentadoria. Por isso é
necessário fazer o capital líquido aumentar de forma constante. E o primeiro
passo nesse sentido é ter controles.
Boas
escolhas de financiamentos e investimentos a fim de aumentar o capital da
propriedade requerem dados em quantidade e qualidade suficientes, que por sua
vez precisam ser cruzados e transformados em informações. Por isso, saber de
onde vem e para onde vai o dinheiro é vital. Principalmente para onde vai, pois
essa “caixa d’água” possui diversas saídas.
Seja
com a ajuda de um caderno, de uma planilha de computador ou de um aplicativo de
celular, anote todas as receitas (entradas de dinheiro), todas as despesas
(saídas de dinheiro) e os financiamentos e investimentos realizados. É
fundamental separar as anotações por atividade desenvolvida e dentro de cada
atividade separá-las por tipos de receitas e despesas.
Anote
também: 1) A mão-de-obra da família: quanto alguém cobraria para fazer o
serviço que você e seus familiares fazem? É o valor da mão-de-obra, que precisa
entrar nas despesas; 2) A depreciação dos bens da propriedade: embora não saia
dinheiro do seu bolso, ela deve ser considerada, pois daqui algum tempo o
trator precisará ser substituído.
Passados
alguns meses você já poderá começar a tomar decisões com base no histórico de
dados que possui. A categorização de despesas lhe permitirá identificar pontos
para corte de custos, por exemplo. A separação por atividade possibilitará
visualizar as de maior ou menor rentabilidade e, porque não, aquelas que
precisam ser descontinuadas ou ampliadas.
Concluída
essa empreitada de controle, é chegada a hora de contratar um peão especial
para trabalhar na sua propriedade: o dinheiro. Ele entregará todo o seu
potencial se for bem administrado pelo seu patrão. A vantagem é que esse peão
trabalha 24 horas por dia, sem reclamar, sem férias ou décimo terceiro, e sem
lhe chamar na Justiça do Trabalho.
Separe
religiosamente uma fatia do que sobra de cada atividade e forme um “fundo de
reserva”. Ele servirá como um colchão de segurança para suportar crises, porém,
sua principal função é aproveitar as oportunidades do mercado. Ao comprar os
insumos para a próxima safra com 10% de desconto por ter o dinheiro à vista,
esse peão estará trabalhando para ti.
Após
formar seu fundo de reserva, uma alternativa é investir o restante do dinheiro
em produtos financeiros. A escolha do produto variará em função dos seus objetivos
de curto, médio e longo prazo, e o seu apetite a risco. Um objetivo de curto
prazo pode ser uma viagem de férias, de médio prazo a faculdade dos filhos e de
longo prazo a sua aposentadoria.
Em
termos de apetite a risco o investidor pode ser conservador, moderado ou
arrojado, sendo que o conservador é o que menos tolera perdas e o arrojado o
que mais tolera. Contudo, todo ônus carrega consigo um bônus: quanto maior o
risco de perda, maior a possibilidade de ganho. Essa regrinha vale para
qualquer tipo de investimento na sua vida.
Se
você é “conservador”, invista a maior fatia dos seus recursos em produtos de
renda fixa, como a Poupança. Porém, atualmente ela está rendendo alguns
centavos acima da inflação. Existem papéis no mercado financeiro que rendem
mais do que a Poupança e são tão seguros quanto. Títulos Públicos Federais e
RDC’s de cooperativas financeiras, por exemplo.
Se
você é “arrojado”, que tal ser dono de indústrias de fertilizantes e
implementos agrícolas em vez de apenas cliente? Isso é possível por meio da
aquisição de ações dessas empresas. No mercado de renda variável, como é o caso
das ações, também é possível proteger parte ou toda sua produção da oscilação
de preços, por meio de contratos futuros.
Antes
de adentrar no mercado financeiro, especialmente no de renda variável, é
imprescindível estudar bem o assunto e/ou pedir ajuda a um especialista.
Existem cursos excelentes na área, inclusive gratuitos. Vale a pena seguir
alguns especialistas no Youtube. Assim como é preciso se preparar para o
plantio, com os investimentos financeiros não é diferente.
Não importa o tamanho e o volume de
recursos que gira na sua propriedade. Um fundo de reserva para amortecer crises
e aproveitar bons negócios e investimentos adequados no mercado financeiro de
acordo com seus objetivos e perfil de risco podem maximizar a rentabilidade da
porteira para dentro. Para isso, faça do dinheiro o seu melhor peão!
*Professor
universitário com certificações profissionais pela Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais - Anbima.
**Corretor de seguros e investidor no mercado
financeiro.
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
De
20 a 26 de maio de 2019 o Brasil viverá uma semana muito especial: a Semana
Nacional de Educação Financeira - Semana ENEF - uma iniciativa louvável do
Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF) para colocar em alto relevo a
Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). A Semana ENEF é promovida
desde 2014 e de lá para cá mobiliza mais instituições a cada edição.
Durante
essa semana instituições públicas e privadas, financeiras ou não, se unirão a
um propósito nobre: promover ações educacionais voltadas à educação financeira,
a fim de colaborar para a independência financeira da população e, consequentemente,
o fortalecimento da economia nacional.
Serão
milhares de ações em todo Brasil, presenciais ou à distância, entre cursos,
seminários, palestras, entre outros. E o melhor: todas gratuitas e sem vínculos
comerciais com marcas, produtos ou serviços financeiros, o que demonstra a
preocupação do país com esse tema tão relevante e necessário.
Mas
afinal, o que é Educação Financeira? É o processo de municiar as pessoas,
famílias e comunidades com informações e orientações que lhes permitam tomar as
melhores decisões de investimento e financiamento, visando ao desenvolvimento
sustentável. Esse tema é significativo ao ponto do Ministério da Educação tomar
a decisão de inseri-lo, a partir de 2020, na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC).
A
Unoesc - Campus Chapecó também está engajada na Semana Enef 2019. Uma série de
ações estão sendo desenvolvidas com seus alunos, os alunos do ensino
fundamental de escolas públicas e à comunidade local, com temas voltados ao
Planejamento Financeiro Familiar, Gestão de Finanças Pessoais e Investimentos
Financeiros, com o objetivo de melhorar a percepção destes públicos em relação
o dinheiro.
Participe da Senef você também!
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Precisão,
treinamento, trabalho em equipe, criatividade, qualidade, inovação,
conhecimento, gratidão. Coloque esses ingredientes de uma só vez no
liquidificador e bata até obter uma mistura bem homogênea. Ao final, acrescente
uma pitada de magia e terás a poção do encantamento. Com ela será possível
encantar, entregar excelência, conquistar pela emoção, mesmo o cliente mais
exigente. Perceba que sem a pitada de magia a poção ficará sem sal.
Certo
dia Cortella filosofou, enquanto degustava um talharim ao alho e óleo que sua
mãe caprichosamente havia lhe preparado: “– A gente só se encanta quando se
encanta. Se eu não estiver encantado com o meu objeto de conhecimento, eu não
posso encantar o outro.” Logo, busque o equilíbrio mental, físico, espiritual,
emocional e financeiro que o encantamento pessoal virá de lambuja.
Em
tudo que fizeres, acrescente um tempero, uma pitada de magia, para que a poção
não fique insossa. Esse tempero, essa pitada de magia, é o encantamento.
Encantar é surpreender, causar perplexidade, preocupar-se verdadeiramente,
agradecer de coração, inspirar, não ser previsível. É quando o cliente tocado
por sua varinha de condão deixa escapar um: “– Eu não esperava por isso”.
Encantamento
vai muito além do óbvio. Encantamento transcende um “bom dia” robotizado, um
atendimento rápido (e frio), um preço baixo e/ou um prazo alongado. É um
processo que acontece numa vibe superior. E embora seja provável que não
conseguirás encantar todos os clientes ao mesmo tempo e com o mesmo encanto,
não encare isso como um problema, mas como um desafio.
De
que forma medir a eficiência das ações de encantamento? Pelo número e
intensidade dos suspiros dados pelo cliente. Às vezes encanta-se com ações
complexas, porém, não raro, são as ações mais simples e leais que deixam as
pessoas de queixo caído, enfeitiçadas. É bom lembrar que encantos não duram
para sempre, motivo pelo qual requerem periódicas doses de sobrevida.
Bob
Marley, numa noite qualquer na Jamaica, enquanto tocava seu reggae, profetizou:
“– A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos
momentos em que você perdeu o fôlego." Encante-se pela vida, perca o
fôlego, faça sua equipe maravilhar-se pela sua liderança leal e surpreendente.
Em paralelo, faça o cliente respirar ofegante ao canto da sua
imprevisibilidade.
Se “encantar” não é impossível,
então, “atender” não é suficiente. Atender é das águas turbulentas do oceano
vermelho. Encantar é das águas tranquilas do oceano azul. Portanto, encante,
seduza, hipnotize! Faça isso e verás que não necessariamente com palavras, mas
com expressões, o cliente lhe dirá: “– É mágico o instante em que eu te
encontro”. Esse é o seu, o meu, o nosso compromisso!
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
O
ser humano não conhece seus limites. E que bom que não conhece, pois, se
conhecesse, teria motivos para chegar até lá e parar. Ele consegue arrancar
lágrimas dos seus semelhantes com seu talento, energia e criatividade. Tem o
poder de deixar as pessoas perplexas ao entregar coisas que não imaginavam que
receberiam. Quando se prepara, acredita e vai em busca, ganha asas, faz seu voo
e pode até tocar o céu. O ser humano carrega o dom de ser capaz, de ser feliz,
de construir a própria história. Entretanto, se sozinho é incrível, unido a
outros é espetacular. Em equipe consegue alcançar em meses destinos que levaria
anos para chegar sozinho.
Essa
carta formaliza nosso compromisso de colocarmos em prática as estratégias e
ações planejadas ao longo da vida. É um pacto coletivo, assumido por mim, por
você, por todos, de fazer diferente, fazer mais e encantar. Cortella já
filosofava, enquanto degustava uma porção de talharim ao alho e óleo: “façamos
o nosso melhor, nas condições que temos, até que cheguem as condições melhores
para fazermos melhor ainda”. Aliás, a história da maioria das pessoas sempre
foi marcada por vencer limites, fazer mais com menos, escalar fortalezas,
conquistar o impossível, em favor de uma vida mais digna, de um mundo melhor.
Informe e engaje sua equipe nesse
compromisso. Mantenha-a motivada e energizada. Tire um tempo para celebrar cada
conquista. Ouça, sinta, acompanhe, confie, abrace, agradeça, sorria, encoraje,
mostre o caminho. Diga aos seus liderados o quanto são importantes para você,
para o mundo, para a causa que defendem. Reconheça suas limitações e seja leal,
sincero, verdadeiro. As pessoas verão a lealdade em seus olhos e lhe seguirão.
Explore o potencial de cada membro da sua equipe. Desperte o guerreiro que há
em cada um. Dê responsabilidades, desafie, em troca de resultados. Por fim,
encante as pessoas, surpreenda-as. Elas lhe defenderão até o fim.
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Vivemos esperando as condições
perfeitas:
Para
visitar um amigo
Brincar
com os filhos
Para
abraçar nossos pais
Para
fazer algo a mais.
Para
levar a mulher jantar fora
Para
mandar a tristeza embora
Para
iniciar uma pós-graduação
Um curso de inglês ou de violão.
Esperamos
o tempo perfeito
Para
reconhecer um defeito
Iniciar
um regime, viajar ao Caribe
Fazer exercícios, ler alguns
livros.
Esperamos,
ah esperamos
Para
elogiar quem amamos
Para
celebrar uma conquista
E mudar aquilo que precisa.
Dizemos:
"alguém tem que fazer alguma coisa!"
Digamos: "eu tenho que fazer
alguma coisa!".
Espera-se
pelo chefe, pelo sistema
Que
o Governo resolva o problema
Espera-se
pelo sol, céu aberto
Na chuva também dá certo.
Esperamos
as condições perfeitas pra sermos felizes
Sejamos sem demora! A hora é agora!
Tchau crises.
Pois
a condição perfeita pode não chegar
Ou
quando chegar, não mais perfeita estar
Façamos
o melhor, nas condições que temos
Que quando melhorar, ainda melhor
faremos.
E
quando fizermos algo
Por
mais simples que seja
Que
tal um tomatinho cereja?
Para
surpreender nosso nicho
O nome disso é capricho.
*Brasileiro.
Filho de agricultores familiares.
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Por Edivan Junior Pommerening,
responsável pela Área de Normas e Compliance da Central Cresol Sicoper.
Certificação Profissional Anbima CPA-10 e CPA-20.
Os impactos da decadência da Selic
nas taxas de juros de compra e venda de dinheiro e suas consequências à
população.
Em
29 de julho de 2015 a Selic atingiu seu ápice nos últimos anos: 14,25% ao ano.
Coincidentemente ou não, essa marca só havia sido igualada há dez anos, em
reunião do Copom realizada em 30 de agosto de 2006. De lá para cá a curva do
gráfico da Selic assemelhou-se a uma rede de dormir, com altas pontuais em 2009
e 2010, como reflexo da Crise do Subprime, e em 2012 e 2013. O ápice inverso
aconteceu em 10 de outubro de 2012, quando o Copom decidiu pela redução da taxa
básica de juros para 7,25% ao ano, a menor taxa desde 02 de janeiro de 1998.
De 29 de julho de 2015 a 26 de
julho de 2017 a Selic já caiu cinco pontos percentuais, conforme pode ser
visualizado a seguir:
Feito
esse breve resgate histórico, chega-se ao dia 26 de julho de 2017
(quarta-feira), onde o Comitê de Política Monetária - Copom estabeleceu a Selic
em 9,25%, abaixo de um dígito pela primeira vez nos últimos quatro anos. Em sua
nota informativa ao público, o Copom insinuou que, mantidas as condições
atuais, vai decepar mais um ponto percentual no seu próximo encontro, previsto
para os primeiros dias de setembro, o que colocaria a taxa básica de juros
brasileira em 8,25% ao ano.
Economistas
mais radicais apostam que a Selic chegará aos famigerados 7,00% em dezembro de
2017, no que pese o fato de que ainda restam apenas três reuniões do Copom para
este ano: setembro (5 e 6), outubro (24 e 25) e dezembro (5 e 6). Logo, se tal
extremo se materializar, isso quer dizer que na reunião de outubro o índice
provavelmente será de 7,50%, ficando um degrau menor para ser galgado no apagar
do ano, pelo aumento do consumo no Natal e Ano Novo.
Como
todos sabem, a Selic tem uma companheira inseparável: a inflação. O IPCA, que é
o índice oficial de medição da inflação, encerrou o primeiro semestre de 2017
acumulado em 1,18%. Os mesmos economistas que vislumbram a Selic em 7,00% em
2017, também miram uma inflação acumulada de 3,6% para este ano, no cenário
otimista. Como o IPCA e a Selic são comparsas de longa data, já deu para
perceber que o primeiro sempre gira entorno de 60,00% da segunda.
O gráfico a seguir mostra o IPCA
realizado nos últimos anos, assim como sua expectativa para os próximos exercícios:
O
gráfico evidencia a queda acentuada da inflação entre 2016 e 2017, embora
muitos consumidores ainda não conseguiram apalpá-la nas gôndolas dos
supermercados (?). Há que se destacar que o recente aumento nos preços dos
combustíveis tende a insuflar os preços de todas as mercadorias, dado que os
combustíveis são sensíveis. Espera-se para os próximos anos uma leve alta na
inflação, entretanto, sempre dentro do âmbito da meta, que atualmente é de
4,5%, mas que em 2019 será de 4,25% e em 2020 de 4,00%.
Em
meio a tudo isso, como ficará a remuneração da poupança, o investimento mais
conhecido do Brasil? Bom, o rendimento da poupança é "tabelado", ou
seja, 0,50% ao mês mais TR, o que resulta em pouco mais de 0,5% ao mês.
Contudo, se a Selic chegar a 8,50% ou menos (o que deverá acontecer já na
próxima reunião do Copom), o rendimento da poupança mudará para 70,00% da Selic
mais a TR. Então, se a taxa básica tramelar 2017 em 7,00%, a poupança
remunerará seus poupadores em aproximadamente 5,40%.
Ainda
que não na mesma velocidade, aliás, em velocidade bem menor, caem as taxas de
juros de empréstimos, arrastadas pela Taxa Selic. Alguns bancos até
aproveitaram a vibe para fazer apelos midiáticos, todavia com reduções
centávicas. Pelos estudos do Banco Central, nos créditos com recursos livres
para pessoas físicas (onde estão inclusos os "papagaios"), os juros
caíram de 64,50% para 63,30% ao ano entre maio e junho de 2017. Já para pessoas
jurídicas, os juros desses créditos caíram de 26,10% para 24,80% no mesmo período.
Ainda que estejam baixando, as
atuais taxas de juros continuam altas quando comparadas a outros países, como o
Canadá (0,75% a.a.), por exemplo, pois somam a gana bancária brasileira com o
percentual necessário ao alívio do banco pelo risco de crédito que assume.
Falando em inadimplência em operações de crédito, uma boa notícia: o índice
também reduziu no mês de junho em relação ao mês de maio deste ano: de 4,00%
para 3,70%, possivelmente uma consequência da descarga do FGTS de contas
inativas na população.
"As atuais taxas de juros continuam altas, pois
somam a gana bancária brasileira com o percentual necessário ao alívio do banco
pelo risco de crédito que assume."
Se
em 2015 e 2016 os investidores se esbaldaram no mercado financeiro,
principalmente com investimentos indexados ao CDI, que é primo-irmão da Selic,
agora as vacas pastejam em grama rasa. Chama-se a atenção, todavia, que aqueles
ganhos eram dissimulados, pois a taxa real (ganho efetivo), tanto lá quanto
aqui, não passam de 5,00% ao ano, pois sempre são vítimas dos efeitos
deteriorantes da inflação.
Em geral, os bancos mais tradicionais do país não pagam mais que 80,00% do CDI para CDB's menores que R$ 50 mil, ou outros investimentos atrelados àquela taxa. Nesta dimensão, considerando que depósitos na poupança renderam em média 0,55% em julho de 2017, tem-se que CDB's de curto prazo que pagaram abaixo de 90,00% do CDI nesse período renderam menos que a poupança. Assim a tendência é a de que investidores mais ávidos e esclarecidos migrem para investimentos mais rentáveis, como imóveis na planta, por exemplo.
Portanto,
o mercado financeiro sofre na pele os efeitos do ziguezague da Selic. De um
lado, quando ela sobe, sobem juntas as taxas de juros, o dinheiro fica mais
caro e aumenta a especulação na indústria financeira. De outro, quando ela cai,
a remuneração das economias da população cai na mesma batida e o custo do
dinheiro nem tanto. Neste contexto, a educação financeira vem a calhar, pois
com conhecimento as pessoas podem anular ao menos um pouquinho as sequelas do
sobe e desce gangoriano da Selic.
E como antídoto ao extremismo
bancário apresenta-se o Cooperativismo de Crédito, modernamente rebatizado de
"Cooperativismo Financeiro". O propósito deste modelo vai além de
comprar e vender dinheiro. Trata-se de uma via duplicada, onde tanto a
cooperativa quanto o cooperado compreendem que ele transcende a causa econômica
para alcançar a causa social. Resta transparente que o cooperativismo
financeiro, quando praticado com isenção narcisista, é um fertilizante da
esperança, e só por isso já merece fé.
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Os donos de investimentos indexados
ao CDI ou qualquer outro indexador amigo da Selic viveram tempos de vacas
gordas em 2015 e 2016, quando a taxa básica de juros (Selic) chegou ao patamar
de 14,25%. Todavia, essas vacas gordas precisam ser explicadas, pois a inflação
de 2015 fechou em 10,67% e o CDI em 13,29%, acarretando num ganho real bruto de
apenas 2,37%. Já o ano seguinte (2016) foi melhor, pois o CDI fechou em 14,00%
e a inflação (IPCA) em 6,29%, o que propiciou aos investidores em CDB's
negociados a 100% do CDI um ganho real bruto de 7,25%. Convenhamos que são
raras as atividades econômicas que servem um rendimento assim, embora ganhar
dinheiro no mercado financeiro seja um empreendimento socialmente estéril.
Agora, analisemos o gráfico a seguir:
Fonte: BCB
Pois
bem, atuais e potenciais investidores: a Selic já caiu 1,25 de outubro de 2016
para cá e a tendência para 2017 é fechar entorno de 10,20%. Oportunamente, a
próxima reunião do Copom, ou seja, dos caras que definem a Selic Meta, está
marcada para 21/02. Então o cenário sugere que os investidores em papéis
indexados a Selic vão frustrar-se em 2017? Sim, mas um analgésico vai acalmar
um pouco essa dor: a concomitante queda da inflação. O governo estima que ao
final deste ano a inflação ficará próxima do centro da meta, ou seja, 4,5%.
Isso quer dizer que se o CDI dormir perto de 10% em 2017, com uma inflação ao
redor de 4,5%, o investidor terá um ganho real de aproximadamente 5,26%, o que
não chega a ser um mau negócio. Esse ganho, é claro, bruto de Imposto de Renda
(IR), cuja alíquota varia em função do prazo do investimento, iniciando em
22,50 e terminando em 15,00%.
Naturalmente,
quando a taxa básica de juros (Selic) se aproxima muito do rendimento da
poupança, há migração de investimentos indexados naquela para esta. A
propósito, a poupança de 2016 acumulou em 8,35%, portanto, com ganho real sobre
a inflação. Já no ano anterior (2015), aconteceu o contrário: a inflação foi
maior que a poupança e, neste plano, quem aplicou na “queridinha do Brasil”
acabou perdendo parte do poder aquisitivo do seu dinheiro.
Mas,
voltando à vaca fria, a tendência é a de que os investidores mais modestos
pulem para a poupança, visto que em geral não conseguem negociar com o banco um
ganho próximo de 100% do CDI. Hipoteticamente, imaginemos que em determinado
mês o CDI esteja 0,92 e o cidadão tenha CDB's indexados a 86% do CDI. Se ele
pretende resgatar esse investimento em até 180 dias, seus CDB's renderão,
líquidos, 0,61%, portanto, menos que a poupança, que em 2016 rendeu em média
0,69%. Líquidos, pois sobre sua remuneração nominal incide o IR, o que não
ocorre com a poupança, que é isenta desse imposto.
De
outro lado, num cenário extremamente pessimista (ou otimista, dependendo do
lado da mesa em que a pessoa está) se a Selic cair a menos de 8,5%, a regra do
rendimento da poupança muda para 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial), aí
o papo é outro. Ficando a taxa básica de juros igual ou acima de 8,5% os juros
da poupança se mantém em 0,5% ao mês mais TR. Ressalta-se, outrossim, que em a
inflação despencando ladeira abaixo, também a TR diminuirá, ainda que a passos
bem mais lentos, reduzindo assim o rendimento da poupança, que por certo não se
manterá nos níveis de 2016.
Sem entrar no mérito de se o modus operandi do atual governo está
correto ou não, inconteste é que a economia vai paulatinamente voltar a ebulir
em 2017, ao passo que investimentos até então “de molho” tendem a ser tornar atrativos
novamente, a exemplo de imóveis. Em tempos idos, no auge das vacas gordas dos
investimentos na indústria financeira, se um imóvel remunerasse seu investidor
em menos de 1% ao mês (brutos de impostos e outras despesas), valeria mais a
pena investir em papéis. Com a queda da taxa Selic essa referência de 1%
precisa ser recalculada, com viés de baixa, sempre respeitado o quadro onde
encontra-se cada investidor.
Reflitamos sobre: “Quando as
receitas dos seus investimentos forem maiores do que todas as suas despesas
pessoais, você estará financeiramente independente”.
- Gustavo Cerbasi
Dias produtivos a todos e até a
próxima.
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Fim
de ano. As lojas fazem promoções para “desovar” o estoque antigo e assim abrir
espaço para as “coleções” do ano que vem, ou até mesmo bater aquela meta que
está atormentando o gerente. “Compre um e leve dois”, “até 80% de desconto”,
“comece a pagar somente em maio de 2017”, “10 vezes sem juros”, enfim, os
apelos são os mais diversos e criativos.
Já
não é mais necessário dizer que o Natal e o Ano Novo tornaram-se datas mais
comerciais do que de autorreflexão, pois isso já virou clichê, embora pouco ou
nada tenha sido feito para mudar essa realidade. Os noticiários enfatizam o
quanto se vendeu a mais ou a menos em relação aos anos anteriores. É a
materialização do que foi escrito aí na frase anterior.
Feita
esta contextualização, podemos adentrar no labirinto que permeia a seguinte
pergunta: é barato ou é preciso? Vamos a um exemplo prático: você tem um tênis
praticamente novo em casa. Pagou R$ 500,00 por ele. Aí vem a loja “X”, às
vésperas de 2017, anunciando o mesmo tênis por R$ 300,00. Atraído pelo inédito
desconto, você compra outro par.
É
barato ou é preciso? Eis a questão, Shakespeare. Estando com as contas
apertadas ou já descarriladas, “é preciso” é o autoquestionamento mais
propício. Não, o indivíduo não ganhou R$ 200,00, perdeu R$ 300,00. Aqui o
barato serve de analgésico para a pseudossensação de se ter feito um “baita
negócio”, colocando embaixo do tapete os R$ 300,00 perdidos.
Mesmo
quem tem plenas condições de comprar aquele segundo tênis, deveria se fazer
essa pergunta, em prol de um consumo consciente. O mundo precisa consumir
menos, para não entrar em rota de colisão com o apocalipse. Afinal, o consumo
contumaz enriquece o PIB, mas empobrece as pessoas, que o diga Pepe Mujica,
enquanto admirava seu fusca azul marinho.
Alguém
sempre paga a conta. E esse alguém, todo mundo sabe, é o cliente. A menos que
esteja lavando dinheiro, nenhum empresário seria infantil a ponto de vender com
prejuízo. Para dar um desconto de R$ 200,00 num tênis de R$ 500,00, no mínimo
está vendendo pela metade do dobro. Se não for isso, de alguma forma alguém já
pagou ou vai pagar essa conta.
Se
a teoria do consumo consciente não sensibilizar, que ao menos o “barato que não
é preciso” seja adquirido à vista. Desta forma, há indícios de que o indivíduo
tem suas finanças equilibradas, as quais lhe permitem algumas regalias. Essa
teoria, assim de modo superficial, dificilmente convencerá os consumidores
compulsivos, pois precisam de uma dose maior de ajuda.
Resistir às fágicas tentações
comerciais é tão difícil quanto resistir àquele chocolate se deleitando na
sua frente. E a mídia mercantilista, catalisada pelo capitalismo, virou craque
em alienar a massa consumidora com um malévolo merchandising. Diante disso temos de ser resilientes e praticar um
consumo lúcido, que o tempo se encarregará do resto.
Reflitamos sobre: “2017: vou te
matar no peito e te bater para o gol antes que tu caias no chão. #ForçaChape”
- Edivan Junior Pommerening
Dias produtivos a todos e até a
próxima!
Comentários e sugestões podem ser enviados para o
e-mail edivan@portaloestenews.com.br.
Em
qualquer empreendimento, seja pessoal ou profissional, a confiança é
fundamental. O empreendedor precisa confiar em si mesmo, em sua equipe e no
próprio empreendimento. Para confiar em si mesmo é preciso se preparar ao
desafio. Para confiar na equipe é necessário capacitá-la e comprometê-la. O
empreendimento, por sua vez, para ser confiável, requer um bom estudo técnico
que lhe indique o mínimo de viabilidade. Um pouco de receio em todo esse
contexto também não faz mal. O medo não é uma parede, mas sim um saudável
limitador de velocidade. A confiança sem esses elementos adjuntos é sinônimo de
sandice.
Invertendo
a jogada, a escassez de confiança introspecta a virilidade do indivíduo. A
parca confiança coloca o despreparo em eminente flagrante. Logo, o lado
negativo da confiança é uma obvia overdose dela. O excesso de confiança faz com
que o empresário abra mão de controles internos, compliance e gestão de riscos.
Já a confiança com uma pitada de sensatez impele a implantação desses
mecanismos, não por não confiar em si mesmo, na equipe ou no projeto, mas para
evitar erros inerentes ao ser humano e à confiança em demasia. O desdém do
preparo, como já foi dito aí em cima, também pode gerar uma confiança insana,
inconsequente.
A confiança além da medida faz com
que um motorista experimentado ande além da velocidade permitida sem enlaçar-se
ao cinto de segurança. Faz um empresário tomar decisões sobre os rumos da sua
empresa sem o devido zelo. Em excesso ela também motiva um piloto de avião a
voar no limite de combustível da aeronave. Motiva um aluno a ir para a prova
sem estudar ou inadvertidamente achando que estudou o suficiente. Uma
alternativa é confiar desconfiando. Confiar depois de estudar e treinar muito e
beliscar-se constantemente para garantir um nível satisfatório de sobriedade
racional. Confiança: bebamos com moderação.
O
trabalho e o recado de Paulo
Fim de tarde em Três Arroios, RS
(pertinho de Erechim). Sol se pondo, temperatura agradável, natureza generosa,
águas termais. Procuro algo para ler, ao que não encontro de imediato. Passados
alguns minutos, jogado num canto da cabana que me hospedava, um folheto atrai
minha atenção. Apanho-o, manuseio-o por alguns instantes e concluo tratar-se de
um folheto religioso, contento o rito de uma celebração ordinária. Corro os
olhos pelo material e deparo-me com o seguinte trecho bíblico, transcrito da Segunda
Carta de Paulo aos Tessalonicences. Segue:
“Pois
vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos
ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos coisa alguma à custa de
ninguém. Pelo contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para
não sermos pesados a nenhum de vocês; não por que não tivéssemos tal direito,
mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. Quando ainda
estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: se alguém não quiser trabalhar,
também não coma. Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham,
mas andam se intrometendo na vida alheia. A tais pessoas ordenamos e exortamos
no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão.” (2 Tessalonicenses 3:7-12, grifo nosso)
É até um atrevimento comentar tais
palavras, pois são perfeitas, conquanto, o trabalho é uma dádiva divina. Um
alento ao corpo e à alma. O trabalho é um dos elixires da juventude e da
felicidade. Não é um peso, pelo contrário, um alívio à consciência. Trabalhar é
uma questão de honra, de orgulho, de ego. Onde está o trabalho não há espaço
para as mazelas existenciais. Usufruir dos frutos do próprio trabalho é uma
satisfação indescritível. Usufruir dos frutos do trabalho alheio é desabonador.
Pelo trabalho ampliam-se as alternativas de responder a pergunta: qual é a tua
obra? #euamotrabalhar
Força
Chape
Reflitamos sobre: “O mal de
quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela
crítica”.
- Norman Vincent
Dias
produtivos a todos e até a próxima.
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