A
inadimplência caiu em dezembro, apesar de os consumidores estarem mais
endividados, revelou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC). Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (Peic) de dezembro, o total de famílias com dívidas ou contas em
atraso caiu de 25,7% em novembro para 25,2% em dezembro.
Essa
foi a quarta redução seguida do indicador. Em relação a dezembro de 2019, a
proporção de consumidores inadimplentes cresceu 0,7 ponto percentual.
A parcela das famílias que
declararam não ter condições de quitar o atraso, permanecendo inadimplentes,
caiu de 11,5% em novembro para 11,2% em dezembro. No mesmo mês de 2019, o
indicador estava em 10%.
Mais
dívidas
Depois
de três meses seguidos de redução, o número de brasileiros com dívidas voltou a
subir em dezembro. Segundo a Peic, 66,3% dos consumidores estavam endividados
no mês passado, alta de 0,3 ponto percentual com relação a novembro. No
comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto percentual.
Em relação aos tipos de dívida, a
proporção de brasileiros que utilizam o cartão de crédito aumentou de 77,8% em
novembro para 79,4% das famílias em dezembro. Essa foi a maior taxa desde
janeiro de 2020. O cartão manteve-se como a principal modalidade de
endividamento. A participação do cheque especial também subiu, de 5,3% para
5,5%.
Recomendações
Na
avaliação da CNC, a alta do endividamento reflete a recuperação do crédito,
estimulado pelos juros baixos e por estímulos concedidos durante a pandemia de
covid-19. A entidade, no entanto, aconselha que os bancos alonguem os prazos de
pagamento das dívidas para reduzir o risco de inadimplência no sistema
financeiro. Isso porque grande parte do crédito ofertado durante a pandemia foi
concedido com carência nas parcelas e deve começar a vencer no início deste
ano.
A CNC também recomenda que as
famílias prestem mais atenção ao orçamento doméstico após o fim do auxílio
emergencial. Para a entidade, o crédito pode voltar a funcionar como ferramenta
de recomposição da renda, à medida que a recuperação do emprego enfrenta
incertezas.